Conhecido Por Seus Relatos Clínicos Que Desvendam Grandes Mistérios Do Cérebro Humano, Oliver Sacks Revela Uma Nova Faceta Em Seu Diário De Viagem Para O Estado De Oaxaca, No México. Durante Dez Dias, Acompanhou Um Grupo De Botânicos E Cientistas Amadores Interessados Em Conhecer O Hábitat Das Samambaias Mais Raras Do Mundo. Entre Descrições Minuciosas Da Morfologia Das Plantas E Uma Ou Outra Digressão Acerca De Pássaros E Tipos De Solo, O Texto Concentra Toda A Sua Força Em Desvendar Um Grande Mistério Da Mente Humana: A Curiosidade Científica. Ao Observar De Perto O Comportamento De Seus Colegas De Excursão, Oliver Sacks Revela Que A Ciência, Longe De Ser Uma Seara De Cálculos E Experimentos, Nasce Do Interesse Genuíno E Apaixonado De Amadores, Cuja Erudição Nem Sempre Supera A Vontade De Aprender E Descobrir Fatos Novos. Os Personagens Que Compõem A Expedição São Sui Generis. O Grupo É Composto De Tipos Humanos Diversos: Homens E Mulheres, Americanos E Ingleses, Cientistas E Curiosos Circulam Com Desenvoltura Por Selvas E Grutas, Mas Protagonizam Cenas De Verdadeira Comédia Ao Tentar, Sem Sucesso, Se Imiscuir No Cotidiano Das Cidades Mexicanas Por Onde Passam. É O Caso Da Visita Coletiva Feita A Um Alambique Onde Se Processa O Mescal, Bebida Alcoólica Extraída Do Agave, Uma Planta Nativa Que Também Dá Origem À Tequila. Levemente Alterados Pela Degustação A Que Se Submetem No Maior Interesse Científico, Os Expedicionários Terminam Sentados Em Uma Pequena Planície Das Redondezas, Uivando Para A Lua E Se Perguntando Como Será Que Os Lobos E Os Outros Animais Se Sentiram Quando A Lua, A Sua Lua, Lhes Foi Roubada. Composto De Uma Gama Variada De Assuntos, Diário De Oaxaca Versa Ainda Sobre A Intimidade De Oliver Sacks, Cujo Mal-estar Em Relação Aos Meios Oficiais E Ultracompetitivos Da Ciência Contemporânea Fica Evidente Nas Diversas Passagens Em Que O Autor Externaliza Sua Admiração Pelos Amadores - Classe De Cientistas À Qual, Aliás, O Livro É Dedicado.