Versos Como Quero Que Meu Amanhã Seja Um Hoje Bem Melhor, Uma Juventude Sã, Com Ar Puro Ao Redor, Do Samba-enredo Que O Império Serrano Levou Para A Marquês De Sapucaí Em 1986, Parecem Ter Sido Escritos Na Semana Passada, Dada A Atualidade Da Obra Dos Compositores Aluizio Machado, Luiz Carlos Do Cavaco E Jorge Nóbrega. Praticamente Um Samba-manifesto Por Direitos, Justiça, Liberdade E Democracia, Algo Impensável Anos Antes, Mas Que Representava Um Grito Reprimido Por Mais De Duas Décadas De Ditadura Militar Naquele Que Foi O Carnaval Da Nova República. Período Fértil Da Cultura E Do Carnaval Carioca, Os Anos Seguintes À Abertura Política No País São Retratados No Livro Unidos Da Democracia As Escolas De Samba Do Rio De Janeiro E Os Enredos Políticos Da Década De 1980. Ao Longo Das 539 Páginas, A Obra Traça Um Amplo E Minucioso Painel Da Época, Ano A Ano, De Todos Os Acontecimentos Políticos Que, De Alguma Forma, Desaguaram Nos 700 Metros De Pista Do Sambódromo, Como A Anistia, A Campanha Das Diretas Já, A Assembleia Nacional Constituinte, Que Resultou Na Elaboração Da Carta Magna De 1988, E As Eleições Presidenciais De 1989, As Primeiras Realizadas Em 29 Anos. Apesar Do Recorte Histórico, O Livro Que Resulta Da Tese De Pós-doutorado Do Autor Na Universidade De São Paulo (usp), Amplia O Campo De Investigação, Passando Por Suas Próprias Memórias Afetivas, Por Aspectos Teóricos Da Comunicação, E A Produção De Sentido Por Meio Da Linguagem Ritualizada E Audiovisual Das Escolas De Samba. São Retratados Os Chamados Anos De Chumbo Da Ditadura (1964-1979) E Também Como Os Enredos Políticos Da Década De 1980 Reverberam No Atual Momento Da Festa. A Apresentação É Do Jornalista E Enredista João Gustavo Melo E O Prefácio, Do Professor Doutor Francisco Carlos Palomanes Martinho. A Ideia Do Livro É Mostrar Que As Escolas De Samba Não São Apenas Organizações Para Alienar A Massa. Elas Têm Uma Intencionalidade Política. Cada Escolha Que Elas Fazem De Enredo Têm Uma